quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Teatro Infantil

BIBLIOTECA MUNICIPAL DO PINHAL NOVO



A equipa de Animação Infanto-Juvenil da Rede Municipal de Bibliotecas Públicas do Concelho de Palmela convida a assistirem à peça de teatro infantil "O Rapaz de Bronze", baseada no conto de Sophia de Mello Breyner.

Dia 26 de Setembro pelas 21h15 no Auditório Municipal de Pinhal Novo.
Entrada livre.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Conversas com a Escrita: Estórias (Para Adultos) Infantis

BIBLIOTECA MUNICIPAL DO SEIXAL



Conversas com a Escrita com Xico Braga
Lançamento do livro "Estórias (Para Adultos) Infantis"
Dia 26 de Setembro, pelas 16 horas, na Galeria Augusto Cabrita - Fórum Cultural do Seixal

Nota biográfica

Nasceu em 1950.
Professor desde 1979, desenvolveu a sua actividade, durante vinte anos, no Concelho do Seixal. Dedicou-se à divulgação da fotografia nas escolas, promovendo Cursos de Iniciação e a realização de Exposições e encontros com fotógrafos. Foi um dos responsáveis pelo jornal da escola Moinho de Maré “O Celeiro”, tarefa que o encantou.
Em 1998, depois de um enfarte, lembrou-se de que queria “ser escritor quando fosse grande” e escreveu o seu primeiro livro de poesia, acreditando que seria o único. Como continuou por cá, foi escrevendo e desafiando amigos para a escrita. Recebeu a medalha de Mérito Cultural, da Câmara Municipal do Seixal, em 2004. Em 2005, descobriu que é giro ser avô e o prazer de escrever estórias para crianças.
Não consegue perdoar que tenham fechado a sua escola. Nem outras coisas.

Das Estórias (Para Adultos) Infantis

Estes sete contos de Xico Braga, mais os dois poemas que os acompanham (o primeiro, talvez, com inspiração na poesia erótica de Bocage e ao gosto popular) não escondem qualquer ambiguidade — o título diz tudo: Estórias (para adultos) infantis. Destinatários escolhidos e intenções expressas, como ocorre na subversão narrativa de O Lobo e o Capuchinho Vermelho e Outras Histórias Eróticas Escritas por Mulheres (mulheres que são autoras de renome, como George Sand), ou nas Histórias Tradicionais Politicamente Correctas de James Finn Garner.

Estórias (Para Adultos) Infantis de Xico Braga são essencialmente relatos onde Eros, tão só uma componente, irrompe como que por casualidade e, com a mesma discrição que chega, com a mesma discrição se consuma e o autor passa a outra história, uma outra, e outra ainda para… adultos infantis. O primeiro conto desenvolve-se em torno de uma lição de vida sobre a urbanidade e lisura que se deve considerar nas relações fazendo jus ao adágio popular: “ovelha que barrega perde o bocadel”; lição aprendida e tem depois o animal pasto que o satisfaça. Se assim não fosse, dificilmente as personagens de Estórias (para adultos) infantis teriam para contar e, “inglória, inglória” (ao inverso do que dizem os contadores tradicionais), não havia nem fim, nem história. O conto “A mesa de cozinha” desperta na imagética cinéfila memórias do filme O carteiro toca sempre duas vezes. Toca sempre duas vezes, para não deixar de ser ouvido; como Xico Braga, não com dois mas com estes sete contos e um par de poemas, não pode deixar de ser lido e de continuar a escrever. Pode-se reencontrar nestas histórias uma certa ludicidade, uma plenitude satisfeita, talvez porque, como no imaginário das histórias para crianças, também os adultos precisam de encontrar na leitura um espaço de evasão, de tranquilidade reencontrada. E estes contos não transmitem tanto uma “tensão libidinosa”, mas antes um sorriso de cumplicidade indulgente ou ironia pelos contextos e desenvolvimentos destas pequenas narrativas. Mas a idealização nostálgica ou construída da infância não visa o reencontro com um tempo sem pressões e com a crença na possibilidade de materialização de desejos? Se Estórias (para adultos) infantis é um título que pode fazer cócegas à curiosidade do leitor, o livro lê-se com tranquila satisfação. Nele tudo decorre sem dramas, sem excitações, sem comprometimentos (e decorrentes complicações e catarses), como se a naturalidade do espaço de entorno de cada narrativa se plasmasse nos encontros e relacionamentos que se sucedem.

Estórias (Para Adultos) Infantis são cuidadosamente pescadas à linha, com um anzol que, nestas páginas, indiferentemente vai prendendo, em momentos sensuais, os protagonistas: artistas, pessoas comuns, tainhas, redes de um bordado e, reiteradamente, o próprio leitor que fica, tal como a personagem do conto “O meu sorriso”, refastelado, “coçando a alma com a revisão de alguns poemas acabadinhos de escrever”. Histórias bem-humoradas, onde se pressente a presença do “era uma vez”, do tempo do faz-de-conta, do que existia sem sombra de pecado, sem sombra de SIDA e outras assombrações que não fossem as urgências de uns biscates, uns apertos de dinheiros ou vagas incertezas de emprego. Toda uma irrealidade difusa, como aquela que só na infância se pode percepcionar e que, no mundo a sério, o dos crescidos, não tem já lugar. Alguma coisa aqui Xico Braga tinha de escrever para adultos, mas saiba-se lá se o fez! Tal como convenções artísticas se quebram, como géneros literários se diluem e fundem, também a heterogeneidade entre jovens leitores e leitores adultos se esbate. E interrogamo-nos: então, isto é que são histórias para mim, que sou adulto? Tal como a tradição, as coisas também já não são como eram. Se calhar, estas histórias são mesmo para adultos infantis, porque outros, no fundo, não há, e gente adulta, verdadeiramente a sério, pode lá embarcar na suspensão da realidade que, a cada passo, irrompe na escrita e na arte!

Vera Silva

Eu vi um esquilo azul

“A natureza favoreceu-me, e os inexplicáveis olhos verdes com que nasci – a genética nunca entrou nas tentativas de explicação que o meu bairro encontrou para este facto –, depois do longo treino que lhes dei até à perfeição deste meu meio franzido olhar, têm explicado o meu sucesso entre as benditas das mulheres. Nenhuma me escapa, se é que me entendem! quando lhes lanço a mirada. Aguço-lhes a vontade de se fazerem encontradas comigo e, muito à conta disso, tornei-me exímio pé de dança em tudo o que é baile das colectividades das freguesias ao redor do meu umbigo. Muita maminha atarraxei ao meu peito a dançar esses slows inventados para nos atazanarem ainda mais o desejo, se isso é possível! e muita maminha pus ao léu em posteriores encontros de combinação segredada entre a dolência dos compassos. Por aqui me fico, por enquanto. Tenho esta fama, e proveito! de irresistível. Uma outra qualidade também explica o meu sucesso: eu não sou um gabarola. Não escondo, mas não exibo as minhas conquistas. A minha intimidade, essa, é tabu. Todas as moças que catrapisco sabem que, o que vivemos, comigo morre. É qualidade, a arte de guardar segredo. Aprendi-a à minha custa, em duas valentes bofetadas que o bruto do pai da Teresa me pregou, depois da minha rábula exibicionista entre os meus amigos. Tinha eu treze anos e partia para a descoberta dos prazeres que os corpos das mulheres encerram desde que a Eva, em bendita hora! se atreveu a comer a proibida maçã. A Teresa! Que será feito dela? Foi para Beja com os pais, há uns bons anos, e nunca mais a vi. Que pena! Era tão linda! Que treze anos de promessas ela mostrava, fazendo-nos, a todos, andar pelo beicinho, no nascer dos nossos primeiros amores de quase adolescentes. “Eu vou beijá-la toda” disse eu, em desafio. “Uma aposta que não consegues”. Foi assim, neste tom de mostrar quem é que é bom, que eu me aventurei a confiar na força do meu olhar esverdeado e a lançar-me na aventura de conseguir uma encontro com a Teresa, na casa dela, depois das aulas, com a esfarrapada desculpa de ela me ajudar num trabalho de Geografia. Ela percebeu logo, pois quando, fechada a porta nas minhas costas, lhe peguei na mão e a puxei para mim, foi ela que lançou os lábios contra os meus e se apertou a mim, acendendo-me um fogo nunca antes sequer imaginado.”

Xico Braga

Autores Locais > Xico Braga

Novas actividades

BIBLIOTECA MUNICIPAL DE GRÂNDOLA

Tendo em vista a celebração do seu 20º aniversário, a biblioteca prepara-se para apresentar um conjunto de novos serviços que visam chegar cada vez mais perto da população, envolvendo-a de forma cada vez mais activa nas nossas iniciativas.
Informamos, pois, que se encontram desde já abertas as inscrições para o Clube de Escrita, que terá início na próxima terça-feira dia 29 de Setembro pelas 21h30 na Biblioteca.
Já no dia 31 de Outubro, iremos organizar uma mini-maratona de contos, pelo que desde já aceitamos inscrições para contadores e amantes da narração oral.
Para mais informações sobre estas duas actividades, entre em contacto connosco através do 269450082 ou magnuspetrus@gmail.com

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Xadrez Cultural

BIBLIOTECA MUNICIPAL DO PINHAL NOVO




Átrio exterior da Biblioteca Municipal de Pinhal Novo

19 e 26 de Setembro / 15h30

Demonstração de várias modalidades:
Bodycombat, Bodypump, Spinning...

Comunidade de Leitores: Rui Zink

BIBLIOTECA MUNICIPAL DO PINHAL NOVO

Comunidade de Leitores com Rui Zink
30 de Setembro a 9 de Dezembro - Quartas-feiras - 21 horas

Sessões:

30 de Setembro
14 de Outubro
28 de Outubro
11 de Novembro
25 de Novembro
9 de Dezembro



Nasceu em Lisboa em 1961. Escritor e Professor no Departamento de Estudos Portugueses da Universidade Novo de Lisboa.
Conhecido ensaísta, tradutor, ficcionista.
Realizou trabalhos de investigação sobre Banda Desenhada, Caricatura e Ilustração.
Autor de uma obra diversificada, com títulos como, por exemplo, Hotel Lusitano (primeiro romance), Apocalipse Nau, O Suplente, Os surfistas ou o Destino Turístico, o seu último romance (2008).
A sua obea está traduzida para uma dezena de línguas.
Introduziu os cursos de escrita criativa em Portugal.
Em 2009 ocupou a cadeira Hélio e Amélia Pedroso / FLAD na Universidade de Massachussetts Darmouth.

Programa das Sessões:

Mário de Carvalho - Os Alferes - Caminho, 1984. ("Era uma Vez um Alferes")

Teresa Veiga - História da Bela Fria - Cotovia, 1992. ("Consequências do Processo de Descolonização")

Miguel Vale de Almeida - Quebrar em Caso de Emergência - Olhapim, 1996. ("Uma Razão para Tudo")

Inês Pedrosa - Fica Comigo esta Noite - Dom Quixote, 2006. ("A Cabeleireira")

Miguel Esteves Cardoso - As Minhas Aventuras na República Portuguesa - Assírio & Alvim, 1990. (reedição 2006)

Alberto Pimenta - Discursos sobre o Filho-de-Deus - Teorema, 2000.

A participação na Comunidade de Leitores implica inscrição prévia numa das Bibliotecas da Rede ou através do telefone 212 336 632.

Formação de Utilizadores

REDE MUNICIPAL DE BIBLIOTECAS PÚBLICAS DO CONCELHO DE PALMELA

A Rede Municipal de Bibliotecas Públicas do Concelho de Palmela promove, entre os meses de Setembro e Dezembro, um conjunto de acções de formação, dirigidas aos utilizadores dos diferentes serviços e de faixas etárias diversas.
A 25 de Setembro e 27 de Novembro, entre as 19 e as 21h30, são promovidas visitas guiadas às Bibliotecas Municipais de Palmela e de Pinhal Novo, respectivamente, com o objectivo de dar a conhecer os serviços prestados e as normas de funcionamento, bem como alguns elementos relacionados com as práticas biblioteconomicas.
O Catálogo On-Line da Rede Municipal de Bibliotecas é o tema da última acção, nos dias 30 de Outubro e 18 de Dezembro, também entre as 19 e as 21h30, e integra a visita ao espaço web da Divisão de Bibliotecas, aos serviços disponíveis e ao catálogo, com a análise e exploração dos mecanismos de pesquisa.
A inscrição deverá ser feita em qualquer equipamento da Rede de Bibliotecas. Mais informações através do telefone 212 336 632.
A formação de utilizadores mais autónomos é um dos objectivos da Rede de Bibliotecas, que «fornece as condições básicas para uma aprendizagem contínua, para uma tomada de decisão independente e para o desenvolvimento cultural dos indivíduos e dos grupos sociais» (Manifesto da IFLA/ UNESCO sobre Bibliotecas Públicas, 1994).

Exposição "Voto Uma Arma do Povo"

BIBLIOTECA MUNICIPAL DE PINHAL NOVO

A nossa biblioteca acolhe a exposição "Voto Uma Arma do Povo" até dia 17 de Outubro.




Cedida pela Comissão Nacional de Eleições, esta mostra, com uma forte dimensão pedagógica, pretende reavivar a memória de um período conturbado da história recente portuguesa aos que o viveram e mostrar às novas gerações a riqueza iconográfica e documental das primeiras eleições livres e justas (a eleição da Assembleia Constituinte de 1975). De acordo com o comissário da exposição, Manuel Villaverde Cabral, são duas as mensagens essenciais que se pretendem transmitir: «recordar em traços largos o processo político e social, através do qual se cumpriu a promessa de eleições livres, feita desde o primeiro momento, pelo Movimento das Forças Armadas, quando pôs termos a perto de meio-século de ditadura, e chamar a atenção para a importância crucial que a isenção e o rigor postos nos procedimentos eleitorais têm na legitimação do acto, dos resultados eleitorais e na sua aceitação por todos os concorrentes».A exposição “O voto – uma arma do povo” poderá ser visitada durante o horário de funcionamento da biblioteca, às terça- feiras, das 10h30 às 19h00, às quartas-feiras e sábados, das 14h00 às 19H00, e às quintas e sextas-feiras, das 10h30 às 19h00.

História do Jazz

BIBLIOTECA MUNICIPAL DE PALMELA

A Biblioteca Municipal de Palmela recebe, no dia 18 de Setembro, às 21 horas, a apresentação do Livro “História do Jazz”, de José Duarte. Na iniciativa - onde o livro estará à venda por um preço especial, e que integrará uma sessão de autógrafos - o autor passará e comentará algumas músicas por ele consideradas fundamentais.
“História do Jazz” é composto por uma primeira parte (organizada sobre os principais movimentos, por ordem cronológica), uma cronologia de 1917 a 2009, integrando os principais eventos ligados ao jazz e integrados noutros eventos do mesmo ano, além de informações biográficas e sugestões sobre o mundo do jazz. Uma obra acessível e profusamente ilustrada, escrita por uma das principais figuras portuguesas da divulgação do jazz.
José Duarte nasceu em Lisboa, em 1938. Foi fundador do Clube Universitário de Jazz de Lisboa, em 1958, ano em que iniciou a sua actividade na rádio com o programa “Jazz esse Desconhecido”, na Rádio Universidade.
A actividade de divulgação e educação para o jazz tem prosseguido até hoje, com destaque para o lendário “Cinco Minutos de Jazz”. Os programas “Pão com Manteiga”, “À Volta da Meia-Noite” e “Abandajazz”, “A Menina Dança?” e “Jazz com Brancas”, a par dos programas televisivos na RTP2 “Outras Músicas” e “Jazz a Preto e Branco”, completam esta sua faceta.
Autor de múltiplas conferências e das bio-discografias dos músicos portugueses no New Grove Dictionary of Jazz, membro de júris, editor do site http://www.jazzportugal.ua.pt/ e professor auxiliar convidado da Universidade de Aveiro e do respectivo Centro de Estudos de Jazz desde 2002, José Duarte foi galardoado, em 2004, com a Medalha de Mérito Cultural do Ministério da Cultura, com a Medalha de Honra da Sociedade Portuguesa de Autores, em 2005 e, em 2008, com a Medalha Municipal de Mérito-Ouro da Câmara Municipal de Lisboa.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Conversas Com a Escrita com Pedro Pinto, para apresentação do livro O Último Bandeirante

BIBLIOTECA MUNICIPAL DO SEIXAL



Conversas Com a Escrita com Pedro Pinto
Apresentação da obra O Último Bandeirante

12 de Setembro de 2009 às 18h00 na Galeria Municipal Augusto Cabrita
Biblioteca Municipal – Fórum Cultural
Câmara Municipal do Seixal

Nota Biográfica

Pedro Pinto é coordenador e apresentador do Jornal Nacional da TVI desde 2000 e jornalista desde 1997. É formado em Relações Internacionais, pela Universidade Autónoma de Lisboa e mestre em Desenvolvimento e Cooperação Internacional pelo ISEG. É professor na Universidade Autónoma de Lisboa desde 1996, sendo responsável pelas cadeiras de Integração Económica e de Jornalismo. É coordenador da Pós-Graduação em Televisão e professor convidado em diferentes mestrados.

Do romance O Último Bandeirante

O gosto pela História e pela aventura e a curiosidade por um herói português desconhecido dos portugueses – António Raposo Tavares – aliados ao desafio colocado pela Esfera dos Livros para escrever o romance, levaram Pedro Pinto a estrear-se na escrita com um romance empolgante que nos leva ao Brasil do século XVII.
Numa visita ao Brasil, um enorme quadro do tamanho de toda uma parede, à entrada do Museu de Arte de São Paulo, fez despertar no autor uma grande curiosidade sobre o maior bandeirante de todos os tempos, considerado um dos grandes responsáveis pelas actuais fronteiras do Brasil.
Nascido em Beja, em 1598, António Raposo Tavares chega a terras de Vera Cruz, já com 20 anos, acompanhando o seu pai, governador da capitania de São Vicente. Após o desgosto pela perda da mulher amada e do filho que ambos esperavam, dá início à aventura de uma vida ao comandar a sua primeira bandeira.
Mas é em 1648, que Raposo Tavares, já com cinquenta anos, aparece no comando de mais uma bandeira de duzentos paulistas e mil índios, encetando uma jornada de 12.000 km, percorridos durante três longos anos, em condições sobre-humanas, do sertão até à belíssima Amazónia, a fim de engrandecer Portugal e os Portugueses e que pode ser colocada ao nível das dos grandes navegadores, conhecidos de todos nós.
“Esta é uma história de um grande português, injustamente esquecido pela memória colectiva, que fez uma viagem notável por terras exóticas e desconhecidas, cheias de mitos de riqueza e de maldição, por entre a oposição dos jesuítas e as agruras da natureza, que se aventurou por onde nunca ninguém tinha estado e foi decisivo para que a Amazónia e grande parte do território do Brasil tivessem passado a pertencer a Portugal e não a Espanha”… palavras que Pedro Pinto utiliza para incentivar a leitura do seu primeiro romance, onde encontramos aventura, exotismo, paixão, traição e ambição.

Excerto da obra

Quando Raposo Tavares atacou a Missão jesuíta de Jesus Maria, o seu objectivo era conquistar a região do Tape em nome da Coroa portuguesa e destruir o sonho do Superior Diego de Trujillo, seu inimigo de longos anos. Estava longe de imaginar que começava ali uma corrida de vida e morte à maior bandeira de sempre em terras do Brasil.
Com as mãos sujas de sangue, a roupa a cheirar a queimado e milhares de índios aprisionados, Raposo Tavares, o maior bandeirante de todos os tempos, regressou à vila de São Paulo. Podia, finalmente voltar a sua casa, ao fabrico das suas estranhas infusões, ao desenho dos seus mapas e aos braços apaixonados de Maria Teresa.
Mas a partida estava novamente marcada. Era altura de regressar ao mato, de definir as controversas fronteiras de Tordesilhas, que opunha Portugueses e Espanhóis, e procurar um sonho de extraordinárias riquezas que não era o seu: o Eldorado que todos ambicionavam encontrar.