Nesta sessão vamos falar sobre o livro “Os Corpos”, de Rodrigo Magalhães, com a presença do autor
Em 1948, na praia de Somerton, na Austrália, foi encontrado o corpo de um homem não identificado. De boa constituição e aparência cuidada, o homem vestia fato e gravata e estava bem calçado. Nenhuma etiqueta foi encontrada nas peças de roupa ou sapatos. Tinha um cigarro preso atrás da orelha e, num dos bolsos, um pedaço de papel rasgado de uma edição de Rubaiyat, do poeta persa Omar Khayyam, com as palavras «Tamam Shud», «este é o fim». O mistério do homem de Somerton permanece sem solução até hoje.
Partindo de uma história manifestamente inspirada no caso Tamam Shud, Rodrigo Magalhães desdobra-a, multiplicando-a por tantas quantas as perspetivas dos protagonistas, das testemunhas, das figuras secundárias, dos figurantes. Cada um transporta consigo uma história, a sua própria história, e esta intromete-se na história dos outros, interrompendo-a - a vida afasta as histórias da sua completude. A literatura também. Um objeto literário misterioso, inquietante, de uma imensa originalidade, e em que ressoam ecos de Buzatti, Bolaño ou Knausgaard.
Rodrigo Magalhães nasceu em 1975. É livreiro. Vive em Lisboa. Teve a sua estreia literária com o livro Cinerama Peruana (2013), que segundo o crítico literário José Riço Direitinho considerou um livro singular na recente literatura portuguesa, demonstrando Rodrigo Magalhães grande maturidade narrativa e riqueza vocabular pouco comum. Em 2015, sob o pseudónimo Alberto Cinza publicou Polifonte. Os Corpos (2017) é o seu último livro.
Local: Biblioteca Municipal José Saramago
Dia: 23 de junho
Horário: 15h00
Público-alvo: Maiores de 18 ano
Condições de participação: Entrada livre
212 508 210
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