Eduardo Palaio é natural do Seixal. Iniciou a sua atividade
artística pelo desenho de humor, tendo publicado trabalhos, como colaborador,
no «Mundo Ri», sob a direção de José Vilhena.
Em 1966, expôs pela primeira vez trabalhos de desenho e pintura. Nos anos
1970/1980, retoma o cartoon,
publicando regularmente num semanário. Participou nos Salões Nacionais de
Caricatura e Desenho de Humor e como convidado em três exposições internacionais
em Cuba (dedeté – 1986/93/98) e no México (1994 e 1998).
Decorador de espaços públicos, é autor de nove murais no concelho do Seixal.
Apresentou nove exposições individuais de pintura de 1982 a 2000 e participou
em inúmeras exposições coletivas.
Estreou-se na literatura com o livro infantil «Pinta-o às bolinhas azuis». É
autor do romance «Peregrinação de Artur Vilar» (2003) e da coletânea de contos «Caixa
Baixa» (2011).
Em 2010, foi galardoado com o Prémio Nacional de Conto Manuel da Fonseca e, em
2011, venceu o grande prémio do conto Camilo Castelo Branco da Associação
Portuguesa de Escritores.
A sua experiência como comandante de grupo de combate na Guerra Colonial, em
Angola, revelou-se muito útil para escrever o romance histórico «Os dez de
Tânger».
Deixem que vos fale
primeiro de gente igual ao que fui, gente do mesmo modo de nascer, do mesmo
jeito de viver, com o mesmo destino de morte, a nossa e a dos que por má sorte
tropeçaram em nós.
Contando deles, conto de mim: somos do mesmo barro e do mesmo barco e todos estamos precisados da misericórdia do Senhor.
Conheci-os no comércio, na pirataria, na vingança, na conquista na viagem do mar e nas securas do deserto. E conto da vida de cada um foi o que pude entender das palavras, saídas das suas bocas, vindas a mim por eles próprios e por outros companheiros. De tantos que recordo, falarei de dez, para não vos maçar muito.
Contando deles, conto de mim: somos do mesmo barro e do mesmo barco e todos estamos precisados da misericórdia do Senhor.
Conheci-os no comércio, na pirataria, na vingança, na conquista na viagem do mar e nas securas do deserto. E conto da vida de cada um foi o que pude entender das palavras, saídas das suas bocas, vindas a mim por eles próprios e por outros companheiros. De tantos que recordo, falarei de dez, para não vos maçar muito.
No reinado de D. Duarte, a cidade de Ceuta e os arquipélagos
da Madeira e dos Açores já pertenciam aos domínios portugueses. Portugal vivia
um período negro do ponto de vista financeiro, mas a ambição e a sede de novas
conquistas no norte de África acalentavam o espírito do infante D. Henriques e
do seu irmão mais novo, D. Fernando. Preparou-se uma armada para conquistar
Tânger. Perante a recusa de cavaleiros e besteiros, o rei viu-se obrigado a
convocar homens muito mal preparados para a guerra.
Esta é a história de soldados desconhecidos: um agricultor de terra de renda,
um pescador, um mercenário e bandoleiro, um mesteiral, um ganha-pão rural, um
moço de bordo, um criado e camareiro, um vagabundo, um calafate e um mercador.
Dez homens, dez vidas, dez aventuras na vida do mar. Levados pelo mote «se não
for por amor que seja por temor», partem para o mistério de África numa viagem
sem retorno. E 1437 ficará para sempre conhecido como o ano do Desastre de
Tânger.
Quem foram esses soldados desconhecidos que partiram nessa
expedição? Quais foram as experiências guerreiras da «gente baixa» recrutada à
força? Como eram as suas vidas, os seus tormentos e as suas glórias?
Uma história épica que desbrava os caminhos de uma expedição
contada e vivida por dez homens com existência real, mas apagados nos mapas da
nossa memória.
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